31 de ago. de 2013

"Eu Não Tô Nem Aí Pra Morte"


Existem determinados shows que não podem ser assistidos e analisados de uma maneira comum. Um deles é o de Arnaldo Baptista - um sobrevivente da música. Na última quinta-feira, assisti-o pela segunda vez com seu espetáculo "Sarau o Benedito?", no SESC Vila Mariana. Em pouco mais de uma hora, o irmão do meio da família Dias Baptista trafegou pelo repertório dos Mutantes, de sua carreira solo e de clássicos do rock (Beatles, Elton John, Rolling Stones) e da música erudita com uma alegria comovente, feliz por estar no palco após ter passado o que passou. 

Filmei alguns trechos do show do Vila Mariana, e, aproveitando a ocasião, (re)publico na íntegra o texto que escrevi sobre a primeira vez que o vi em palco, no SESC Belenzinho, na estreia de "Sarau o Benedito?", originalmente escrito para o Scream & Yell. 

No palco do teatro do SESC Belenzinho, um homem idoso (ou de melhor idade, como dizem os politicamente corretos) usando uma bata dourada e uma calça cinza toca um piano de cauda. À sua volta, pétalas de flores estão jogadas pelo chão, e atrás de si um telão exibe sua imagem ao vivo, contraposta a pinturas de cores fortes e formas simples, de grande intensidade. Esse homem chama-se Arnaldo Dias Baptista, e é quase um milagre que ele esteja vivo, em cima de um palco, sendo capaz de executar suas canções. Quando se considera que esta apresentação é a primeira que o cantor faz em pelo menos cinco anos é natural entender porque a noite de 8 de outubro de 2011 ganha ares de celebração quase única.


28 de ago. de 2013

Conta Outra: seis vídeos da Apanhador Só em SP



O teatro do SESC Belenzinho recebeu, na noite do último domingo (25), um dos shows mais aguardados do ano: o lançamento do disco Antes Que Tu Conte Outra, da banda gaúcha Apanhador Só. Celebrado por este blog como o álbum nacional do ano até aqui, Antes Que Tu Conte Outra mostra uma renovação na atmosfera da banda gaúcha, que deixou o universo amoroso-sentimental-pós hermânico para embarcar em uma viagem sonora cheia de ruído, textura, desconforto e preocupação social - basta ouvir "Despirocar"  (acima) ou "Reinação", duas das melhores faixas do trabalho, para perceber isso. 

O Pergunte ao Pop esteve presente no show e traz para você seis vídeos (e um álbum de fotos) do que rolou por lá. Se você ficou curioso, pode esperar que em breve haverá mais: semana que vem, o Scream & Yell publicará uma longa entrevista que este que vos escreve e Marcelo Costa fizemos com a banda na semana que antecedeu a apresentação. Como diria a sua tia: "tá da pontinha da orelha!".


26 de ago. de 2013

Criaturas da Noite: O Terço ao vivo em SP

A noite do último sábado, 24 de agosto, era mais que propícia para um retorno honroso aos tempos em roqueiro brasileiro tinha cara de bandido - e (quase) não tocava na rádio. Pelo menos na zona leste de São Paulo, onde o grupo mineiro-carioca O Terço se reuniu no palco do teatro do SESC Belenzinho para mostrar a seus fãs um novo espetáculo, pronto para celebrar as quatro décadas de carreira do grupo: "O Terço em 3D".

23 de ago. de 2013

A nem-tão-nova onda do Bloc Party

Em tempos de "retiro espiritual" deste blog, que anda bissexto graças à readaptação deste autor em terras brasileiras, acolhemos uma colaboração do grande Victor Francisco Ferreira, que já escreveu para este espaço falando do Red Hot Chili Peppers e do show dos Pontos Negros em Lisboa. A bola da vez agora é o Bloc Party e seu novo EP, The Nextwave Sessions. Simbora! 

O que dizer sobre este EP que mal conheço e já considero pacas? Primeiramente, que ele não é para qualquer um. Como assim? Simples. Ele não é inovador, não é sensacional, não é magnífico. Não traz a sonoridade da moda, seja ela o “indie folk” dos Mumford and Sons ou o “dancefloor indie” dos Two Door Cinema Club. É simplesmente um EP do Bloc Party.

Então, se quiser saber se lhe é recomendável ouvir The Nextwave Sessions, assinale a alternativa que mais se assemelha a você: 

a) ‘AMO BLOC PARTY, O KELE É LINDO!!1! s2’; 
b) ‘Curti quase todos os discos deles’; 
c) ‘Só curto o Silent Alarm’; 
d) ‘Bloc Party? Aquela do playback no VMB?’.

Respostas: a), b) e c): Ouça. d) Pare de ler aqui e volte ao Facebook.

15 de ago. de 2013

Laranja Mecânica: Refrigerantes Bizarros, o Retorno


Começamos hoje a fase "relembrando a Europa" deste blog, com três refrigerantes que fizeram a minha passagem pela Holanda um pouco mais... esquecível (lembre o porquê aqui). As três bebidas pertencem à Fernandes, uma subsidiária da Coca-Cola nos Países Baixos. 

8 de ago. de 2013

No S&Y: Wado e o "Vazio Tropical"


Ao lançar seu sétimo disco, o melancólico Vazio Tropical, o cantor Wado vive uma situação curiosa: não se pode negar que ele seja um veterano, com mais de uma década de serviços bem prestados à música brasileira, mas, com a ajuda de Marcelo Camelo e Cícero, vê seu público se renovar. "Já sou grisalho, sabe? (risos). Mesmo assim, há lugares aonde vou nos quais sou tratado como promessa. Isso me dá uma longevidade, é legal", brinca o músico, em entrevista ao Scream & Yell.

No papo, além de contar mais sobre a produção do disco e as parcerias com MoMo e os já citados Marcelo Camelo e Cícero, Wado fala sobre a opção de gravar discos com o apoio de editais e sobre a situação dos compositores anos-00 em relação à exposição midiática: ""Eu posso ser só músico, mas eu só quero ser só músico se eu puder viver bem. Faço parte de uma geração que está muda. Eu me posiciono, faço músicas políticas, mas não tenho reverberação. Somos uma geração de compositores massacrada pelas circunstâncias de melhora do Brasil. Há prosperidade, mas há um desajuste: temos uma qualidade fantástica, e em número maior que as anteriores, mas isso não se reverte em número, não chega ao rádio". 

A íntegra do papo você confere no Scream & Yell, mais uma vez, com fotos da Liliane Callegari, do show de lançamento do disco no SESC Pompeia, no último dia 18.