28 de fev. de 2014

O Resto é Ruído #40 - Sérgio Martins


Na minha segunda participação no podcast O Resto é Ruído, uma estupenda aula de jornalismo com o mestre Sérgio Martins, hoje repórter de música da revista VEJA. Na pauta, Sérgio falou sobre sua carreira, com passagens pela segurança do aeroporto de Congonhas, pelo saudoso Notícias Populares, pela revista BIZZ (durante os anos 90, com direito à deliciosa história sobre a capa dos Racionais MCs em 1998) e seu trabalho hoje na revista mais lida do País, com as recentes reportagens sobre sertanejo, funk e arrocha. Duas horas incríveis de programa - e eu ainda tive a maletagem de colocar um samba do glorioso Riachão no meio de um monte de rock guitarrudo e barulhento. Hehe.


26 de fev. de 2014

Cinco Fotos: Madri

Madri, é preciso dizer, foi a primeira cidade que eu visitei logo após comprar minha câmera (o que me motivou a fotografar durante o intercâmbio). Essas são algumas das melhores fotos que eu tirei na capital espanhola, mas confesso ter tido algum trabalho para escolhê-las. O que veio logo a seguir foi, possivelmente, mais interessante. Espero que vocês gostem mesmo assim.

Quero Esse!

24 de fev. de 2014

Melhor Hambúrguer da Cidade: Na Garagem

- Oi moça, tudo bem? Me vê o cardápio?
- A gente não tem cardápio. É simples: um lanche com carne, um sem, batata frita e algumas opções de bebida.
- Ah, tá bom. Então um hambúrguer, uma batata e uma Coca.

A cena acima é o meu diálogo inicial com a garçonete do Na Garagem, uma charmosíssima hamburgueria que abriu há coisa de uns cinco meses numa travessinha da Pedroso de Moraes (perto do Metrô Faria Lima, em Pinheiros, o que é uma mão na roda para hamburgófilos famintos e sem carro). Poderia ser apenas mais um diálogo qualquer, mas ele mostra uma filosofia interessante que começa a surgir em São Paulo (e que deve ser conferida em breve mais de perto por essa coluna): oferecer menos opções e apostar em uma infraestrutura pequena (na última foto deste post, é possível ver que cabem umas 10 pessoas no local) pode ser uma boa resposta para os preços cada vez mais altos de uma grande cidade sem deixar bons sabores de lado.

21 de fev. de 2014

Pancadão das Marchinhas

Verdadeiro tesouro nacional - ao lado da feijoada, das fitinhas do Senhor do Bonfim e dos socos no ar de Pelé - as marchinhas de carnaval há muitas décadas embalam bailes nostálgicos das folias de momo pelo País, em não poucas ocasiões sendo executadas em versões um bocado desgastadas pelo tempo (ou será que alguém ainda aguenta ouvir "Chiquita Bacana" com o mesmo arranjo de 1949, na gravação de Emilinha Borba?) e frequentemente ignoradas pela ampla maioria do público jovem. 

Com um olho no peixe (no público que consome música de maneira fiel a seus artistas preferidos) e outro no gato (a dupla oportunidade de mercado no calendário brasileiro, pelo carnaval e pela pouca agitação em lançamentos no início de temporada), a Som Livre comandou a gravação de um especial com releituras de alguns dos maiores sucessos dos carnavais de antigamente em roupagem funk, convidando nomes de sucesso do ritmo de hoje (Anitta, Naldo Benny, MC Marcelly) e de ontem (Buchecha, MC Leozinho, MC Marcinho) para adaptar as canções ao seu universo, num disco produzido a toque de caixa convenientemente chamado de Pancadão das Marchinhas

19 de fev. de 2014

'Ela'


Cobrir tecnologia tem sido uma experiência cada vez mais divertida e instigante lá no Link - como vocês podem perceber, a vasta maioria dos últimos posts desse blog fala mais sobre games, bits e streaming e menos em refrões, cenas e capítulos. Não que isso seja exatamente um problema, acho eu - mas é especialmente bacana quando dá para juntar as duas coisas. 

É o caso de uma matéria que eu escrevi semana passada sobre Ela, o meu filme favorito (até agora) da temporada ouro do Oscar. Dirigido pelo Spike Jonze, Ela é o filme que mostra o Joaquin Phoenix se apaixonando por um sistema de inteligência artificial (hm?) com a voz da Scarlett Johansson (até eu, né?). Aproveitei o ensejo da parada e escrevi sobre como o universo proposto pelo longa-metragem já existe hoje ou está distante de nós em termos de tecnologia. No lugar de indicar o trailer do filme, como seria o natural, recomendo um pequeno documentário sobre a produção da película, com gente legal como James Murphy, Bret Easton Ellis e Olivia Wilde (a 13 de House) falando sobre o amor nos tempos do chrome. (perdoem o trocadilho).

16 de fev. de 2014

Bastões de Beisebol, Samba e Rock'n Roll

"Meus ouvidos estão apitando. É uma sensação desagradável,
 mas não há nada como um bom show "de rock, barulhento e suado, para lavar a alma. 
João, Bel e eu estamos bebendo cerveja em um trailer de x-burger. 
Ainda estou meio abobado com aquele beijo, de modo que fico meio no ar enquanto os dois conversam sobre a banda, a última da Courtney Love e o novo filme com o Harvey Keitel".
(André Takeda, Clube dos Corações Solitários)

A vida é um bocado engraçada, devo dizer. As duas últimas semanas foram um bocado didáticas nesse respeito: depois da maratona que foi a Campus Party, meu corpo falou: "aí não, campeão", e resolveu pedir uma folga. Resultado: amigdalite, ida ao hospital, uns muitos dias sem ir trabalhar, virose (é sério) e uma pequena síndrome de "oh meu Deus o que eu estou fazendo com a minha vida vendo Olimpíada de Inverno deitado nesse sofá?" Parecia que as coisas não iriam melhorar muito nos próximos meses, e que tudo o que eu andava fazendo nos últimos tempos era... simplesmente OK. Tanto desânimo quase me fez desistir de uma das coisas com a qual eu andava mais empolgado nos últimos tempos: o Concentra Mas Não Sai, bloco cervejeiro (que discute Mogwai, bebe todas e abstrai) que os amigos Marcelo Costa e Fernando Augusto Lopes idealizaram em tantas mesas de bar e finalmente saiu do papel.

Por bem, acabei indo. E mesmo com toda a chuva, foi incrível: deve existir alguma coisa não explicada pela ciência que gera muita serotonina quando você junta samba, amigos, comida e bebida boa em torno de uma mesa. Porque foi isso que foi a minha tarde de ontem, deixando as pernas doendo de tanto mexer o pé pra lá e pra cá (ou o que deveria ser sambar, risos). Da mesma maneira que juntar rock barulhento, cerveja e risadas também gera muita serotonina - no show do Nevilton na Casa do Mancha logo depois, ou na epígrafe desse textinho bobo. (Eu deveria gastar algumas linhas dizendo como o Nevilton é a melhor banda de rrrrock! brasileiro hoje, mesmo tendo perdido um integrante e se virando nos 30 para levar sua música por aí, no melhor estilo independente de ser, sem perder a ternura jamais, mas isso é algo que eu prefiro deixar para que vocês descubram ao ver um show deles). Talvez essa seja a resposta da vida: enganar em um dia ou em um fim de semana aquilo que alguns meses podem te botar pra baixo. Ou, como diria o mestre Tony Parsons: "fique perto das coisas que você ama, e leve um bastão de beisebol para o resto". É.

(A foto, mais uma vez, é das lentes incríveis da Liliane Callegari. Dá uma olhada nas fotos do bloco aqui)

10 de fev. de 2014

Cinco Fotos: Lisboa (parte 1)

"Pareço uma dessas árvores que se transplantam,
que têm má saúde no país novo,
mas que morrem se voltam à terra natal."

Miguel Torga, Diário 1,
5 de março de 1934

Hoje faz um ano que eu embarquei pra Lisboa. Passei o domingo todo a tentar entender o que de fato isso significa, e a fazer um balanço do que foi a viagem e do homem que eu era e que sou hoje, depois dela. Acho que não cheguei a muitas conclusões, exceto a de que pareço cada vez mais ser como a epígrafe deste texto - algo que eu duvidava que fosse acontecer quando entrei naquele avião. 

Talvez porque, das duas uma: hoje, a viagem já parece uma experiência tão incrível quanto distante ou; por tão incrível, já parece difícil compreender o que eu era antes dela. Seja como for, vou roubar uma das seções do Calmantes com Champagne, do querido Marcelo Costa, pra lembrar (e deixar registrado aqui, uma vez que a maior parte está só no Facebook) algumas fotos que eu tirei durante a viagem. É isso.

Casal de Velhos






4 de fev. de 2014

Livros no Metrô

Não sei vocês, mas devo dizer que comecei a perder bons minutos dos meus dias nas últimas semanas tentando trocar notas de mais de R$ 10 em trocados - pra comprar café na máquina do trabalho (onde persiste a dúvida, espresso ou longo?), mas também para gastar toda vez que me aparece uma máquina de venda automática de livros no metrô. A ideia é bem simples: cada máquina tem entre 10 e 20 opções de livros (às vezes repetidos, e às vezes inclui revistas e até cartões de crédito pré-pagos) e você pode pagar quanto quiser pelos livros a partir de R$ 2.

O leitor pode dizer: ah, mas as edições são horríveis e metade das opções não vale nem a pena ser lida. Tudo bem, concordo contigo - tenho calafrios toda vez que eu vejo as edições bizarras do Manifesto Comunista e do Príncipe que aparecem por ali e ainda mais quando penso como traduções ruins podem afetar a maneira como as pessoas entendem essas obras. Mas confesso que ultimamente tem dado pra garimpar coisas bem bacanas. Quem deu a dica foi o Marcelo Costa, que me deu de presente o Bill Graham Apresenta (que tá na listinha de livros que eu vou devorar nos próximos dias). 

Logo na sequência, topei com outros dois volumes bem bacanas: uma biografia meio chapa-branca da Amy Winehouse e o grande Disparos do Front da Cultura Pop, do Tony Parsons. Toda vez que vejo um troco uma nota de R$ 10 comprando um Halls e pego dois de uma vez para distribuir pros amigos - como se eu fosse Mel Gibson no Teoria da Conspiração. Além disso, essa semana apareceu O Menino, um romance do Edward Bunker que faz parte do catálogo da finada editora Barracuda. Tudo isso só no metrô Barra Funda. Portanto, fique esperto! (E se você souber de outros lugares que não as estações Luz, Paulista e Ana Rosa que tem essas máquinas, me avise!). 

O Resto... é Ruído

2014 começou cheio de coisas bacanas - e uma delas é que a partir da edição #39, faço parte do time fixo do O Resto É Ruído Podcast, ao lado do Elson Barbosa, do Fernando Augusto Lopes, do Marcelo Costa e da Amanda Mont'Alvão, tomando conta da sexta cadeira do programa - que de vez em quando conta também com o Filipe Albuquerque, integrante original da brincadeira que se mudou pra Curitiba e ainda conta com espaço cativo no RéR. 

Meu primeiro programa teve a participação do Vitor Brauer, guitarrista da Lupe de Lupe, e foi bem bacana, com discussões sobre a cena mineira, listas de fim de ano, "Show das Poderosas" e muito mais -  incluindo "Febril", uma das músicas mais fodas do disco incrível que a banda tuga Linda Martini lançou em 2013, Turbo Lento. Ouve aí, peffoal, e mais uma vez, agradeço aos novos companheiros pelo convite. "Bora!". Quem quiser ouvir, ouve aqui! Se for pra baixar, você pode baixar aqui! (usando o link anterior). 

3 de fev. de 2014

Campus Party, Dias 5 e 6

Os dois últimos dias da Campus Party foram meio atropelados - mais do que o normal - e o cansaço acumulado de uma semana indo e voltando do Anhembi fizeram com que a atualização diária do evento por aqui (risos) ficasse para hoje, segunda-feira. Não tem problema, né? 

Aproveito a deixa já para mostrar a matéria que eu escrevi para a edição dessa segunda-feira para o Link, fazendo um balanço das intenções da feira de se tornar um ambiente de negócios, e comentando também batalhas de robôs, calor, manifestos políticos e insegurança - como marca triste de uma boa semana, ficam os furtos e a prisão de dois pedófilos durante a feira. Seja como for, a sensação é de dever cumprido - pela cobertura, pelos testes divertidos que nós fizemos no Link, em especial pela parceria com o Murilo Roncolato em conversas de streaming no melhor estilo quem sabe faz ao vivo. Ano que vem tem mais (eu espero).